quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Ficção de quem não tem o que fazer

Como todos os dias, a volta pra casa, da saída da faculdade ele me acompanhava, fazia questão. Sua casa, ficava a apenas três quarteirões da Universidade, e mesmo assim fazia comigo todo o percurso, até que me visse dentro de minha casa. Era como se precisasse me ver protegida, caso contrário não saia de perto de mim.
Neste dia foi diferente, antes mesmo de chegarmos na praça, uma chuva de verão nos pegou de surpresa. Resolvemos correr para sua casa, lá, mais uma vez ele cuidou de mim, eu tomei banho me sequei. Aproveitamos para estudar e passamos o resto da tarde a conversar. Sempre nos demos muito bem, desde que nos conhecemos das viagens com o pessoal da sala, das baladas, ele e eu sempre parceiros.
Já passava das cinco, e a chuva, já tinha ido embora há muito tempo. Entre tantas brincadeiras e conversas, por um instante paira o silêncio, está na hora de ir embora, ele a me acompanhar, na porta, por impulso, instinto talvez, paramos de frente para um para o outro, as palavras, sumiram...
Mais alguns segundos. Sua mão segura com vontade o meu braço, nossos olhos se entendem, as palavras não voltavam. Não conseguia pensar em nada...
Nos aproximamos, não nos encostamos, mas o calor do seu corpo se encontrava com o meu. Sintia seus lábios tocando os meus calmamente, nascia um beijo... minhas mãos deslisavam seu rosto, seus ombros largos... seus braços apertavam minhas costas, suas mãos percorriam por elas para tirar minha blusa.
O beijo passou a ser profundo, e o abraço ganhou uma vontade vinda de lá de dentro de nosso corpo. A sensação, maravilhosa, eu não ouvia nada além de sua respiração e do que murmurava em meu ouvido, com uma voz macia e quente. Não via nada a mais do que seus olhos a me admirar e enxergar minha alma se sentir em paz.
Nem tínhamos tirado toda a roupa, e a nossa pele derretia. Estávamos prestes a virar um só. Não sei explicar que sentimento era aquele, mas por dentro o meu corpo queimava algo que jamais senti e que mal sabia que existia.
A roupa, não nos incomodava mais, ela ficou toda no sofá onde estávamos a pouco, a esta altura no chão da sala, ele sobre mim, novamente me abraça forte. A nossa pele, o nosso jeito, o nosso amor, só fazia nos enfeitiçar... Um mundo lá fora acontecia, e naquele momento, fomos capazes de fazer um outro, paralelo a qualquer vida existente do lado de fora daquela sala. Declaramos ao nosso “eu” estar apaixonados. E por tanto, o que estava maravilhoso passou a ser impecável...
Eu não vou me esquecer. Jamais!
Juliane Maia, 01 de outubro de 2008

4 comentários:

Marcos Silva disse...

Ju, a cada texto teu em que leio, vejo quão grande talento vc tem.
Meus parabens pelo texto, fascinante, provocante e alem de tudo gostei da forma em que descreveu todo o ar de amor... Muito bom, meus parabens...Cambio desligo..

Anônimo disse...

Ju, Meus parabêns pelo texto magnifico isso é amor e intensidade vc passou tudo isso nesse texto, aonde tudo acontece naturalmente e principalmete aonde craiamos um novo mundo, diferente do mundo la fora ou seja o nosso mundo do amor daquele instante, daquele momento!!!

Ivan Luiz Ferreira disse...

Hum... muito real ou seria apenas ficção??? Essa dúvida irá ficar no ar...rsrsrs

O que não pode questionar é o seu talento!!! Parabéns pelo texto Jú!!!

beijos

Fotos de Casamento - Studio M Fotojornalismo disse...
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